sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

Mesa Diretora da Câmara cassa mandatos de Eduardo Bolsonaro e Alexandre Ramagem

A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados decidiu, na tarde desta quinta-feira (18), pela cassação dos mandatos dos deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Alexandre Ramagem (PL-RJ). A medida foi conduzida pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), e deve ser oficializada em edição do Diário Oficial da Câmara ainda hoje.

No caso de Eduardo Bolsonaro, a perda do mandato ocorreu em razão do acúmulo de faltas às sessões legislativas. O parlamentar está nos Estados Unidos desde fevereiro e, após o término de um período de licença, passou a ter ausências contabilizadas por não possuir autorização para exercer o mandato de forma remota. Uma tentativa de manter atividades parlamentares à distância, por meio da liderança da minoria, foi barrada pela Presidência da Câmara.

A Constituição Federal estabelece que deputados que faltarem a mais de um terço das sessões ordinárias perdem automaticamente o mandato, sem necessidade de análise pelo Conselho de Ética ou votação em plenário. Já Alexandre Ramagem teve o mandato cassado em decorrência de condenação definitiva no Supremo Tribunal Federal (STF).

O ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi sentenciado a 16 anos, um mês e 15 dias de prisão, em regime inicial fechado, por envolvimento na tentativa de golpe de Estado em 2022. Conforme a decisão judicial, Ramagem deixou o país e também se encontra nos Estados Unidos.

A decisão provocou reação do Partido Liberal. O líder da legenda na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), criticou a medida e afirmou que a cassação representa um enfraquecimento da autonomia do Parlamento.

Segundo ele, a retirada dos mandatos sem deliberação em plenário configura uma decisão de caráter político e administrativo concentrada na Mesa Diretora. As cassações abrem espaço para a convocação dos suplentes dos parlamentares, conforme previsto no regimento interno da Câmara dos Deputados.

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