A pastora Marleci Ferreira de Araújo e o marido dela,
Ronnyson dos Santos Alcantara, foram presos neste sábado (5) por suspeita de
maus-tratos que resultaram na morte de uma mulher em Belém (PA).
Marleci e Ronnyson
são acusados de manter a vítima em cárcere privado. Identificada como Flávia
Cunha Costa, 42, a mulher morreu de desnutrição, segunda a Polícia Civil do
Pará.
Mulher foi encontrada
na residência do casal "visivelmente debilitada e com aspecto físico
extremamente magro". A descrição é da delegada Bruna Paolucci. A
investigação começou no dia 15 de maio, após denúncia anônima.
Vítima negou ser
mantida em cárcere privado e disse manter relação amizade com o casal. Na
ocasião, Flávia se negou a ir com os policiais até uma delegacia para fazer o
registro.
Apesar da resistência
da vítima, a investigação continuou. Os policiais cumpriram mandados de busca e
apreensão no endereço do casal e constataram que Flávia vivia em condições
precárias e sob situação de alienação emocional. Os familiares relataram às
autoridades que ela sofria violência psicológica.
Mais de um mês
depois, Flávia morreu. No dia 19 de junho, ela foi levada pelo próprio casal
até um pronto-socorro. Eles se apresentaram como vizinhos, segundo a polícia, e
deixaram a mulher sozinha no hospital, sem os documentos pessoais.
Causa da morte foi
desnutrição grave por causa da situação precária a que era submetida, informou
a polícia. A Justiça do Pará autorizou a prisão preventiva de Marleci e
Ronnyson, que foram encaminhados hoje de manhã ao sistema prisional do estado.
Outras vítimas
Marceli e Ronnyson se
apresentam como líderes cristãos e são suspeitos de fundar um grupo religioso
que fez outras vítimas. Pelo menos mais 13 pessoas foram submetidas a situações
de maus-tratos físicos e psicológicos sob a liderança espiritual dos dois,
segundo a Polícia Civil do Pará.
Todas as vitimas
moravam na mesma residência, diz a polícia. A investigação não informou se
Flavia fazia parte desse grupo, nem há quanto tempo ela estava nessa situação
sob os cuidados de Marceli e Ronnyson. Também não foi informado se a vítima
mantinha alguma forma de contato com a família.
Vítimas eram mantidas
em situações precárias. O casal submetia os fiéis a sofrimento, privação de
alimentação, entre outros situações degradantes como forma de "purificação
espiritual". Caso as vítimas não seguissem as regras, elas eram "punidas",
diz a investigação.
Marleci se apresentava como pastora e líder espiritual há 11 anos. Ainda, ela dizia ser terapeuta cristã, sensitiva espiritual, psicanalista e sexóloga, mesmo sem possuir formação nas áreas em que é obrigatório certificado para exercer a profissão.
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